Memórias de um sargento de milícias é um romance de costumes, que foi publicado em folhetins no jornal Correio Mercantil, de junho de 1852 a julho de 1853. Os folhetins eram capítulos de uma obra publicados nos jornais da época, de alto interesse do público leitor, correspondentes às novelas de televisão contemporâneas. Narrado em 3ª pessoa, o romance tem como foco a camada socioeconômica popular da sociedade carioca do início do século XIX, no período em que a corte de D. João VI veio para o Brasil.
Esse foco relativo à camada popular da sociedade pode ser inferido no texto pelo fato de:
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A não haver referências a instituições eclesiais responsáveis pela moral e bons costumes.
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B os personagens serem pessoas ociosas, desocupadas, obtendo vantagens financeiras de forma desonesta.
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C não haver autoridade policial que coibisse as atitudes violentas e agressivas dos personagens.
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D os personagens, em suas relações amorosas, agirem de forma pouco condizente com os valores morais.
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E a família apresentar-se como instituição decadente, em total disfunção quanto à responsabilidade de educar.