Questões da Prova da Universidade Federal de Uberlândia (UFU-MG) - Arquivista - UFU-MG (2018)

Limpar Busca

Os “erros” de português cometidos por analfabetos, semianalfabetos, pobres e excluídos são criticados pela elite, que “disputa” quem sabe mais a nossa língua (...). É que, de todos os instrumentos de controle e de coerção social, a linguagem talvez seja o mais complexo e sutil. (...). Para construir uma sociedade tolerante com as diferenças, é preciso exigir que as diversidades nos comportamentos linguísticos sejam respeitadas e valorizadas.

Fonte: BAGNO, entrevista disponível em: http://www.stellabortoni.com.br/index.php/entrevistas/1414-maaios-bagoo-fala-sobai-paiiooiiito-lioguistiio-78894042 Acesso em: 16/09/2018.

O texto apresenta a argumentação do linguista Marcos Bagno sobre os “erros” de português.

Segundo o estudioso, os “erros” podem ser considerados

  • A instrumentos de poder usados pela sociedade brasileira para justificar a diversidade linguística.
  • B instrumentos fáceis e explícitos de disputa e de controle usados para mostrar quem sabe mais a língua.
  • C meios pelos quais os analfabetos e semianalfabetos expressam seus comportamentos linguísticos.
  • D meios pelos quais a elite discrimina e oprime aqueles que têm comportamentos linguísticos diversificados dos seus.

Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas


Em relação ao texto acima, é correto inferir que

  • A a crítica expressa no meme resulta da falta de oportunidades de lazer devido à alta dos combustíveis.
  • B o humor indicado no meme relaciona-se com a crise dos combustíveis que afetou a consciência do brasileiro quanto a dirigir embriagado.
  • C o humor presente no meme deve-se ao fato de a crise dos combustíveis ter comprometido o orçamento e afetado a vida dos brasileiros.
  • D a crítica manifestada no meme relaciona-se ao alcoolismo doença que afeta grande parte dos motoristas brasileiros.

A escola e o ensino da leitura


Sandra Patrícia Ataíde Ferreira

Maria da Graça Bompastor Borges Dias

RESUMO. O acesso ao aprendizado da leitura apresenta-se como um dos múltiplos desafios da escola e, talvez, como o mais valorizado e exigido pela sociedade. No presente artigo, primeiramente é discutida a necessidade de se proporem aos alunos atividades de leitura em que os estudantes possam evidenciar a ideia de que o significado do texto a ser construído depende tanto dos objetivos e das perguntas do leitor como da natureza do texto e de sua macro e superestrutura. Além disso, como insiste Solé, é importante e necessário que a criança aprenda a utilizar as estratégias de leitura usadas pelo leitor maduro a fim de que se torne também um leitor eficiente e autônomo. Depois, continuando com algumas evidências empíricas, são tratadas as estratégias de compreensão e o lugar dessas no processo de aprendizagem da leitura.

Palavras-chave: ensino de leitura; compreensão de leitura; escola.

Fonte: http://www.scielo.br/pdf/%0D/pe/v7n1/v7n1a05.pdf Acesso em 18/10/2018.


O resumo do artigo científico apresentado tem por objetivo

  • A discutir sobre o aprendizado da leitura na escola no que se refere às metodologias de ensino e de aprendizagem.
  • B refletir sobre o aprendizado da leitura na escola como um problema decorrente da falta de evidências empíricas.
  • C entender como o acesso ao aprendizado da leitura deve ser valorizado na sociedade.
  • D avaliar a realidade do ensino de leitura para a criança na educação básica.

O grande problema é que a realidade da educação escolar praticamente "estacionou" nesse modelo padronizante há mais de um século, tornando-se quase impermeável à realidade das mudanças que têm ocorrido no mundo. Conforme Mantoan(1997), muitas são as razões que explicam a impermeabilidade entre ambas; uma delas, sem dúvida, é a rigidez dos sistemas de ensino escolares, que se mantêm fechados, esclerosando-se, pouco a pouco, pelo entupimento de seus canais de comunicação com o mundo exterior [...]

Fonte: http://www.galvaofilho.net/comunica.pdf Acesso em: 18/10/2018

O excerto do artigo científico faz uma análise da educação escolar por meio de analogia.

O uso desse recurso linguístico objetiva evidenciar um quadro dramático do sistema escolar que

  • A pode sofrer um infarto por excesso de informações advindas da sociedade conectada.
  • B pode esclerosar-se pela decadência de seus agentes que desviam seus recursos financeiros.
  • C pode levar à falência múltipla de seus órgãos vitais devido à falta de oxigenação de ideias da atualidade.
  • D pode enrijecer seus canais de comunicação para se tornarem permeáveis à realidade do mundo exterior.

Os urubus e os sabiás


Tudo aconteceu numa terra distante, no tempo em que os bichos falavam ... Os urubus, aves por natureza becadas, mas sem grandes dotes para o canto, decidiram que, mesmo contra a natureza, eles haveriam de se tornar grandes cantores. E para isto fundaram escolas e importaram professores, gargarejaram dó-ré-mi-fá, mandaram imprimir diplomas, e fizeram competições entre si para ver quais deles seriam os mais importantes e teriam a permissão de mandar nos outros. Foi assim que eles organizaram concursos e se deram nomes pomposos, e o sonho de cada urubuzinho, instrutor em início de carreira, era se tornar um respeitável urubu titular, a quem todos chamavam por Vossa Excelência. Tudo ia muito bem até que a doce tranquilidade da hierarquia dos urubus foi estremecida. A floresta foi invadida por bandos de pintassilgos tagarelas, que brincavam com os canários e faziam serenatas com os sabiás ... Os velhos urubus entortaram o bico, o rancor encrespou a testa, e eles convocaram pintassilgos, sabiás e canários para um inquérito.

– Onde estão os documentos dos seus concursos?

E as pobres aves se olharam perplexas, porque nunca haviam imaginado que tais coisas houvessem. Não haviam passado por escolas de canto, o canto nascera com elas. E nunca apresentaram um diploma para provar que sabiam cantar, mas cantavam, simplesmente ...

– Não, assim não pode ser. Cantar sem a titulação devida é um desrespeito à ordem.

E os urubus, em uníssono, expulsaram da floresta os passarinhos que cantavam sem alvarás ...

MORAL- Em terra de urubus diplomados não se ouve canto de sabiá.

(Rubem Alves, Estórias de quem gosta de escrever. Cortez Editora: São Paulo, 1984: 61-62)

Baseando-se na fábula Os urubus e os sabiás, assinale a alternativa que simboliza a metáfora do texto.

  • A A irreverência do homem, como a dos urubus, que acreditam ter mais qualidades que os demais animais.
  • B A irracionalidade humana na avaliação de determinados direitos sociais à semelhança dos urubus, que investidos de poder, decidem “quem pode ou não cantar na floresta”.
  • C A sensatez humana na institucionalização de direitos, assim como os urubus instituíram, somente deve ter autorização para exercer uma atividade quem possuir diploma.
  • D A coerência do ser humano, tal como a dos urubus, por acreditar que pode privar os demais seres do uso de suas habilidades, impondo leis.