Quanto mais se desenvolvem as disciplinas do conhecimento, diversificando-se, mais elas perdem o contato com a realidade humana; por isso, a dissociação sempre crescente das disciplinas científicas, segundo um processo de inflação galopante, constitui a expressão de um desmembramento da realidade humana. Assim, a aproximação curricular, que pode adquirir vários matizes ou níveis multi, pluri, inter, transdisciplinar etc, e que pode ser adjetivada de várias maneiras, viria como remédio para esse mundo docente, para um mundo cuja harmonia se perdeu. Neste contexto, a interdisciplinaridade apresenta-se como protesto contra, EXCETO:
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A O conformismo das situações adquiridas e das ideias recebidas ou impostas.
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B A promoção de metodologias que dificultam o estabelecimento de condições para uma educação permanente ou educação ao logo da vida.
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C Um saber fragmentado, em migalhas, pulverizado em uma multiplicidade crescente de especialidades, em que cada uma se fecha para fugir do verdadeiro conhecimento.
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D O divórcio crescente, ou esquizofrenia intelectual, entre um saber compartimentado, dividido, setorizado, e a sociedade em sua realidade dinâmica e concreta, onde a verdadeira “vida” sempre é percebida como um todo complexo e indissociável.
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E A unidade dos saberes, entendida como a meta ideal de todo saber que pretenda corresponder às exigências fundamentais do saber humano, e como uma necessidade para uma melhor inteligência da realidade que as ciências humanas nos fazem conhecer.